Acusado na época como o principal suspeito, o advogado de Dana, Leopoldo Heitor, conhecido como advogado do diabo, disse que, no dia 29 de junho de 1961, levava Dana do Rio de Janeiro para São Paulo, onde ela embarcaria para a Europa. Dana nunca mais foi vista.
A milionária de origem judaica, nascida na Tchecoslováquia, chegou ao Brasil em 1951, depois de dois casamentos desfeitos, e casou com Manuel de Teffé von Hoonholtz, descendente do Barão de Teffé e do Conde von Hoonholtz. Dana conheceu o advogado Leopoldo Heitor em 1956, após o divórcio com o diplomata Manuel de Teffé — que lhe rendeu um apartamento na praia de Botafogo, dinheiro e muitas joias — quando ele passou a cuidar dos interesses financeiros dela. Após a separação do casal, Dana continuou a utilizar o nome de casada.
O advogado já havia sido processado por peculato e estelionato, em 1957, motivo pelo qual ele fugiu para a Argentina, com a esposa, onde ficou até a revogação da sentença em 1960, e mesmo assim tinha total confiança de Danna.
A milionária estava no Brasil há três anos quando saiu do seu apartamento onde morava em Copacabana e entrou no carro do advogado Leopoldo Heitor Andrade Mendes rumo a São Paulo para nunca mais ser vista.
No dia seguinte, o advogado deu entrada em um hospital, utilizando um nome falso, para cuidar de um ferimento de bala na perna. Pediu ao médico que não comentasse o fato com ninguém.
Dias depois, Leopoldo, a mulher dele, Verinha, e os dois filhos se mudaram para o apartamento de Dana de Teffé. Com uma procuração, Leopoldo Heitor vendeu o apartamento de sua cliente. Nove meses depois do sumiço de Dana, ele já tinha embolsado o equivalente hoje a meio milhão de reais. Menos de um ano depois, Leopoldo foi acusado de assassinato e ocultação de cadáver, e detido em 31 de março de 1962, ele disse que Dana estava sendo ameaçada por terroristas tchecos e que de São Paulo viajaria para a Europa. Em seu depoimento à polícia, contou que seu carro foi interceptado na altura de Angra dos Reis e que a milionária tinha sido sequestrada por espiões comunistas.
Após duas fugas, Leopoldo foi condenado a 49 anos de prisão. Ele chegou a apresentar três versões para o desaparecimento de Danna. Em 1964, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou a sentença de Leopoldo Heitor e o mandou a um novo julgamento. Desta vez, ele foi julgado pelo Tribunal Popular na cidade de Rio Claro, interior do Rio de Janeiro, e absorvido de todos os crimes. O próprio Leopoldo Heitor assumiu a tribuna para se defender. Entre 1963 e 1971, o advogado enfrentou quatro julgamentos, sendo absorvido em todos. Depois de nove anos preso, ele conseguiu a liberdade definitiva e voltou a advogar no centro do Rio.
Contudo, muitos acreditam que ele matou Dana de Teffé para ficar com seus bens. Leopoldo, especialista em direito penal, ficou famoso e ganhou o apelido de “advogado do diabo” depois que apresentou uma testemunha que levou à condenação, posteriormente revogada, o tenente Alberto Bandeira envolvido no caso que ficou conhecido como o crime da rua Sacopã, que durante muitos anos atraiu a atenção da imprensa, ficando não esclarecido. Leopoldo morreu, no Rio de Janeiro, à meia noite, no dia 21 de fevereiro de 2001, e levou com ele o mistério da morte de Dana de Teffé.
Onde:
São Paulo, Brasil
Quando:
Quinta-Feira, 29 de junho de 1961
Você precisa saber:
Dana fugiu da Tchecoslováquia depois que seu país foi invadido pela Alemanha nazista. Ela morou na Itália, Espanha, México e em 1951 chegou ao Brasil; O corpo de Dana nunca foi encontrado, e o caso repercute até os dias atuais.
O desaparecimento da milionária Tcheca Dana de Teffé was originally published in Evidência Criminal on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.